Quase o deserto da nudez
— ou o infinito.
quase o impulso do silêncio
— ou a luz.
quase a opaca quietude lunar
— ou o deslumbre.
quase o êxtase do Universo
— ou a Casa.Agora, o amor intacto
— a escrita.
O elemento vital deste Astrolábio é a água. O livro de estreia de Teresa Finisterra revela uma poeta que respeita o tempo necessário para encontrar seu destino em pleno mar aberto. Ao imergir na obra, o leitor se depara com aquilo que a poeta, após anos de investigação, entreteceu nos versos: a vida e a poesia em estado líquido. Com um estilo denso, por vezes narrativo, por outras reflexivo, a autora constrói este preciso Astrolábio. O lugar para onde o livro aponta depende de onde o leitor partiu. Como sugere um poema de Teresa Finisterra, há todo o universo entre o mar e a casa, um universo sem sujeito ou objeto, em que a poesia incorpora tudo:
“entre a Casa e o mar
o tear de névoa e sal
escreve
o regresso
no rigor do som
e da água:
— onde me diluo, no crepúsculo das marés,”Anderson Antonangelo, Taynnã Santos e Vitor Varella – Coletivo Poético Sinestéticas
Teresa Finisterra nasceu na cidade do Porto. Passou a infância e a adolescência junto ao mar, entre as cidades de Póvoa de Varzim, Esposende e Fão/Ofir. É licenciada em Estudos Portugueses pela Universidade do Minho e se dedica ao estudo da teoria da literatura e de literaturas lusófonas como objeto de mestrado. É professora de português em escolas da rede pública. Tem poesia publicada no Posfácios, editado pela Hecatombe, na revista Pauta e na revista Agagê 80 – Essa Língua. Integra o Coletivo Poético Sinestéticas desde 2019, cuja proposta é que os artistas construam seus poemas sempre a partir de uma temática específica em diálogo com outras criações artísticas ou imagens do quotidiano geradoras da necessidade da escrita.
Detalhes do produto
- Editora : Editora Urutau; 1ª edição ( 2021)
- Idioma : Português
- Capa comum : 120 páginas
- Isbn: 978-65-5900-156-9
- Dimensões :12x16,5 cm
Astrolábio - Teresa Finisterra
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