Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.
Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.
Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.
Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.
Minês Castanheira

Nascido e criado entre os limites de Pavuna e São João de Meriti (territórios pertencentes ao Rio de Janeiro), Vinicius Terra é uma figura singular e pioneira no Brasil por promover intensamente a construção e o fortalecimento dos laços entre os países que falam português.
Com mais de duas décadas dedicadas à cultura hip-hop, sua discografia é embasada nos conceitos de Rap Lusófono e Nova Lusofonia (destaque para o álbum “Elxs Ñ Sabem A Minha Língua”). Foi muito jovem professor de Português/Literatura em diversas escolas e centros culturais do Brasil. Na literatura, integrou a antologia poética Próximas Palavras, de Ferreira Gullar. É curador da Terra do Rap — Festival de Cultura Urbana da Língua Portuguesa (festival pioneiro de intercâmbio entre periferias urbanas lusófonas), com edições nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Lisboa.
Recentemente lançou “Meu Bairro, Minha Língua”; música de sua autoria destinada ao novo acervo do Museu da Língua Portuguesa (São Paulo). A canção contou com a participação de importantes vozes lusófonas. O projeto conta também com uma série de 8 episódios disponíveis nos canais de TV Futura, RTP África e em streaming gratuito no GloboPlay.

André V. Neves, mais conhecido como Maze no âmago da cultura Hip Hop, desde os anos 1990 escolhe como arma de intervenção a palavra. É membro fundador do colectivo Dealema, banda de culto do Rap Português no activo desde 1996. Multidimensional, desde cedo percebeu que o que mais lhe dá prazer nesta existência é a criação. Assim, durante mais de duas décadas, tem desenvolvido de forma exemplar o papel de ativista, agitador e divulgador socio-cultural, artista visual, poeta urbano e educador. Deu voz aos programas de rádio Oblá FM e Ginga Beat da Red Bull Radio durante uma década a promover a música lusófona. No campo da palavra dita, tem investido na criação dos seus poemas, na respetiva gravação dos mesmos e em apresentações ao vivo. Colabora actualmente, com o papel de facilitador, no projecto da escola de música urbana — Skoola. Tem ainda dinamizado oficinas de escrita com alunos e professores do Ensino Secundário um pouco por todo o país. Em paralelo, está dedicado ao desenvolvimento do Método Educativo de Formação Integral (MEFI Art Concept).
 
Detalhes do produto
Editora ‏ : ‎ Editora Urutau; 1ª edição (2023)
Idioma ‏ : ‎ Português do Brasil
Capa comum ‏ : ‎ 158 páginas
ISBN- 9786559005246
Dimensões ‏ : ‎ 13x16,5 cm