No ano do bicentenário da Independência do Brasil, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos apresenta um conjunto de reflexões e tarefas para a “descolonização” real e material do Brasil. Descolonizar: abrindo a história do presente representa, para o escritor português, “um esforço no sentido de clarificar as convergências e divergências entre diferentes correntes que se reclamam de um pensamento pós-colonial”. “Um projeto tão urgente como infinito”, completa o autor no prefácio.
Ao longo do século XX, os movimentos de libertação contra o colonialismo europeu e as lutas sociais contra o racismo conduziram à enorme expansão de estudos interdisciplinares pós-coloniais/descoloniais, que resultou em uma multiplicidade labiríntica de designações. Na primeira parte dessa obra Boaventura apresenta as diferenças teóricas entre essas denominações e segue com a apresentação de tarefas primordiais para o Brasil, assumidas por diferentes grupos sociais. Destaque para o fim da expropriação de terras indígenas, reforma agrária e trabalho com direitos, fim do sexismo enquanto degradação ontológica gêmea do racismo e mudança da condição de vítima dos grupos marginalizados à de resistente, e da condição de resistente à condição de protagonista da sua história.
O segundo capítulo analisa as teses apresentadas para questionar a narrativa hegêmonica e imaginar outros possíveis caminhos, enquanto a terceira parte – “A ferida, a luta e a cura” – aponta as dificuldades nas reparações e os danos quase permanentes da injustiça histórica e persistente de nossa era. No quarto capítulo, intitulado “Ao encontro de outros universos culturais”, o sociólogo identifica os caminhos reais e materiais para a libertação da opressão e dominação colonial e pós-colonial. Embora o passado seja o dos vencedores, existe um passado-presente, o daqueles para quem a luta continua e para os quais existem ainda muitas possibilidades de resistência.
Sobre o Autor
Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Coimbra e Diretor Emérito do Centro de Estudos Sociais da mesma universidade. Seus livros mais recentes são O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do sul (Autêntica, 2019) e O futuro começa agora: da pandemia à utopia (2021). Também poeta, publicou recentemente Rap global (Confraria do Vento, 2ª edição, 2019) e Pitaia e açaí: poemas de amor e várias canções talvez desesperadas (Confraria do Vento, 2021).
Detalhes do produto
- Editora : Autêntica
- 1ª edição (22 novembro 2022)
- Idioma : Português do Brasil
- Capa comum : 128 páginas
- ISBN-13 : 978-6559282210
- Dimensões : 14 x 1 x 21 cm
Descolonizar : Abrindo a história do presente - Boaventura de Sousa Santos
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