As nuvens urdem facas no solo.
Os ciprestes colhem do céu
letras
quebradasgosto dos poemas que caem nas mãos como balas
ou como granadas.
O espaço é uma grande máquina de sombras e
o poema uma miragem de letras
não posso escrever os meus gritos
não posso dizer-te quem souescrevo um testemunho inútil numa noite imensa
e o amor para sempre é um defunto
com uma faca azul nos dentes.Maria Azenha
Maria Azenha nasceu em Coimbra.
Licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra. Exerceu funções docentes nas Universidades de Coimbra, Évora e Lisboa e na Escola de Ensino Artístico António Arroio.
Escritora. Membro da Associação Portuguesa de Escritores (ape).
Dentre suas inúmeras obras e representações em Antologias, nacionais e estrangeiras, encontram-se alguns dos seguintes títulos:Folha Móvel; Pátria d’água; A lição do vento; O último rei de Portugal; O coração dos relógios; Concerto para o fim do futuro; Poemas de intervenção e manicómio (P.I.M.); Poemas ilustrativos da pintura de Valdemar Ribeiro; Nossa Senhora de Burka; Poemas ilustrativos de “De Camões a Pessoa- Viagem Iniciática”; A chuva nos espelhos; O mar atinge-nos; De amor ardem os bosques; A sombra da romã; Num sapato de Dante; As Mãos no Fogo; A Casa de Ler no Escuro, Xeque-Mate, A Mamã por Cima dos Telhados e o Meu Amor e Bosque Branco.
Detalhes do produto
- Editora : Editora Urutau; 1ª edição (2021)
- Idioma : Português
- Capa comum : 76 páginas
- ISBN: 978-65-5900-074-6
- Dimensões :12 x 16,5 cm
A loucura das facas - Maria Azenha
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