A partir da sua vivência pessoal na Amazónia e de uma inigualável atenção ao outro, Eliane Brum denuncia a devastação, reflete sobre o colapso climático e propõe uma nova língua para se escrever sobre tudo isto: uma língua forjada na floresta, fundada na ancestralidade e ancorada numa novíssima relação com o corpo e a memória. Fascinante e corajoso, eis um livro singular na sua forma literária.
Descrição
«Amazônia Centro do Mundo é uma ideia viva e, portanto, livre. A experiência de viver na —— e com a —— floresta mudou radicalmente meu corpo e a experiência de corpo. E esta sou apenas eu. Amazônia Centro do Mundo é movimento poderoso, é ideia que age.»
Num tom literário inconfundível, Eliane Brum cruza narrativa pessoal e investigação jornalística, oferecendo-nos um livro de histórias da Amazónia: histórias de denúncia de atrocidades, da malha de ligações da natureza e seus povos, e do combate pela sobrevivência. Vivendo há anos nas margens do Rio Xingu, a escritora propõe «amazonizar-se»: mergulha na grande floresta tropical e tece relações com os seus seres humanos e mais-que-humanos.
Narrativa de destruição e resistência, de corrupção e cicatrizes, mas também de encontro e transformação, este livro defende uma mudança matricial face ao colapso climático e ao magnetismo de forças políticas e económicas que antagonizam a Amazónia e tudo o que este organismo vivo representa. Ao deslocar para aqui o centro do mundo, Eliane Brum funda uma nova linguagem, para que esta narrativa possa ir ao encontro de si mesma —– do banzeiro, lugar onde o rio se transforma em vórtice assustador, ao òkòtó, palavra iorubá que designa uma concha de espiral infinita. Ao buscar respostas sem se esquivar às questões incómodas, este é um livro feroz e inquietante, terno e inesquecível.
Os elogios da crítica:
«Eliane Brum tem uma escrita poética e envolvente. Cria um coro polifónico de vozes e olhares, e investiga as coisas delicadas que tornam a vida possível.
The New Yorker
«Não é todos os dias que encontramos uma escritora como Eliane Brum, para quem escrever é mais uma ultrapassagem de fronteiras, uma transgressão existencial, do que um exercício virtuoso.»
O Globo
«Eliane Brum […] descreve a impressionante resistência dos povos da floresta a séculos de violência e extermínio e sustenta que é preciso escutar essas pessoas, antes chamadas de bárbaras, ‘não por condescendência nem por compaixão, mas por derradeiro instinto de sobrevivência’.»
Quatro cinco um«Na era do colapso climático, insiste Eliane Brum, o centro do mundo não é, por exemplo, Delfos ou Jerusalém, ou mesmo um dos nossos centros modernos de influência política: é, e deve ser, a Amazónia.»
The New York Times
«Mobilizador e comovente, como um rio caudaloso.»
Booklist
«Eliane Brum, cuja obra se caracteriza pela redefinição das palavras em oposição à ‘linguagem patriarcal, masculina, binária e branca’ que dominou a sociedade, estabelece uma inter-relação entre a selva e o corpo feminino, ‘que o mundo permite que seja invadido, violado e abandonado’.»
La Vanguardia
«Ler Eliane Brum […] é ler bocados desarrumados de vida, incongruentes, ‘ferozes’, dotados de uma sensibilidade e de uma delicadeza sem par no mundo da escrita.»
Cláudia Marques Santos, Observador
«Um estilo singular, atento aos detalhes, inquieto com as injustiças e as desigualdades do mundo, mas generoso no modo de olhar os outros.»
Ana Cristina Pereira, Público
Características
- Chancela Companhia das Letras
- Autor(a) Eliane Brum
- ISBN 9789895836215
- Data de publicação Junho de 2025
- Edição atual1.ª
- Página s432
- Apresentação capa mole
- Dimensões 130x215mm
Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do Mundo - Eliane Brum
Até 5 dias úteis.

































