(…)
Sou ventre de pássaro
e no corpo das palavras
pouso o amor que descansa sobre a mesa.
Trago em mim trinta corpos teus,
habito dentro do teu nome,
menstruada de frio e noite escura,
sentada,
plena,
em modos de morrer.(modos de morrer, página 19)
Marta Rocha apresenta-se neste primeiro livro como uma poeta do amor-corpo fluido e de consciência surrealista.
Num imaginário que habita as divisões da casa, o trabalho fonético e gramatical exige uma leitura atenta à melodia cuidada dos seus versos, naquilo que é mais uma evidência de que a sua poesia é para se ler “sedentos de vincos de nós”.
Deste imaginário nasce um outro rio, o do corpo, cuja metamorfose evoca a impossibilidade e a deterioração do sentido habitual das palavras.
Marta Rocha, neste seu conjunto de poemas, encontra um ser-se erótico, fundindo corpo e casa que acabam, quase sempre, na ausência. (Guilherme Lidon Guerra)
Marta Rocha nasceu em Cascais (PT) em 1979. Sentiu, desde criança, que não se encaixava em lugar algum, o que a levou a trilhar um caminho mais introspetivo e lhe deu asas para voar até aos céus da literatura. “A escrita salva-me todos os dias” é uma frase que utiliza com frequência, pois é na poesia que se refugia para sarar todas as cicatrizes da vida. Mãe de duas filhas, teve sempre o sonho de ser publicada. A hora chegou com o seu livro Metamorfose do corpo enquanto dorme, que conta ao leitor coisas difíceis de ler, de abraçar e de sentir.
Detalhes do produto
- Editora : Urutau Editora ; 1ª edição (2023)
- Idioma : Português
- Capa dura : 64 páginas
- Isbn: 978-65-5900-495-9
- Dimensões : 13x16,5 cm
Metamorfose do corpo enquanto dorme - Marta Rocha
- Até 5 dias úteis.