Ler Mika Andrade, na memória do corpo, é um convite às eróticas vividas e a se aventurar pelas ainda não vividas. Ali se encontram, na memória do corpo.
Como se ao lê-las, o leitor se deparasse com a poeta em seus atos de amor, tesão e uma escrita que fala sobre esse desejo de escrever.
Não é à toa que a poeta insiste:
“de novo
o poema preso
– intacto –
na garganta”.Nos entre mundos de meias-riscas e repetições. O poema, ali, situado no ápice de sua externalização para o mundo, como quem ensaia. Seu nascimento. E vocalização, posto que, quem nasce, gera som no mundo.
Voz. Pois chora, e se chora é porque demanda algo.
Começando a demandar quem os ouça e os beba, aplacando uma sede e gerando outras. Pois se o poema gera sede ao gerar a si mesmo, a leitura também o faz. E esses poemas têm sede de serem ouvidos e lidos em seus ‘v’ e ‘m.’.
Deixando uma sugestão àquele convite, pois a poeta busca em suas geografias a fuga das catalogações – “do desejo”, “do corpo”, “da existência”.
Então, quem tiver de vir, que venha. Mas ciente de seu pleno direito ao gozo e à escrita. E não se prenda nas geografias das palavras e, sim, dê as mãos a elas. Lambendo, assim,
“a palavra
até que se faça líquida
feito gozo”.Rafaela Miranda
Mika Andrade nasceu em Quixeramobim, em 1990. É poeta e edita o projeto literário Escritoras CE. Organizou a Antologia Erótica de Poetas Cearenses – O Olho de Lilith (2019) e é autora dos livros Devoção – poemas reunidos (2021) e Poemas Obsessivos (2021).
Detalhes do produto
- Editora : Moinhos; 1ª Edição; 9 junho 2023
- Idioma : Português do Brasil
- Número de páginas : 58 páginas
- ISBN: 9786556811413
- Dimensões : 14 x 0.5 x 21 cm
Na memória do corpo - Mika Andrade
- Até 5 dias úteis.

































