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Romance queer pioneiro da literatura LGBTI+, O Beijo de Narciso (1907) é a história de uma paixão real do autor, Jacques Fersen, por seu companheiro Nino Cesarini, transposta do início do século XX para a Antiguidade. Ao longo da narrativa, o leitor se depara com a prosa envolvente de Fersen, num estilo pautado pela musicalidade. Em uma rapsódia ritmada, o leitor imerge no universo mediterrâneo durante o período helenístico. Etnias, populações, ritos e guerras são representados com riqueza de detalhes, bem como o desejo de todas as pessoas que se apaixonam pelo protagonista, Milès, personagem criado nos moldes de Nino.

Com tradução inédita para o português, assinada por Régis Mikail, o livro conta com o prefácio de Rodrigo Lopez, que aborda a questão da coqueluche pela Grécia antiga. O prefaciador também estabelece um paralelo entre a figura mitológica de Narciso, que dá nome ao romance, e a de Adônis, que, assim como Milès, é uma espécie de escravo do desejo alheio. Nas palavras da romancista Rachilde (1860-1953), pelos méritos literários dessa novela bem-acabada, Fersen mereceria “ganhar quase um prêmio Goncourt”.

O garoto Milès, filho de uma escrava com um rico comerciante de Biblos, é dotado de rara beleza. Desde a infância, foi predestinado ao sacerdócio. Por isso, é enviado ao templo de Adônis para seguir sua formação religiosa. Ali conhece uma pobre vendedora de frutas que se tornará sua amiga, até que ele se vê confrontado com uma experiência traumática por causa de sua beleza, o que mudará para sempre sua vida. Culpado e aterrorizado, Milès foge do templo e, a partir de então, sofre vários golpes do destino até se tornar um escravo à venda no mercado de Atenas. Por onde passa, Milès é cobiçado pelas pessoas, mas, apesar de sua beleza inebriante, é incapaz de desejar verdadeiramente alguém e de retribuir o amor que lhe é consagrado.

 

Jacques d’Adelswärd-Fersen (Paris, 1880 – Capri, 1923) nasceu em uma família cujas origens remetem à aristocracia e à burguesia. Sua obra poética e ficcional reflete a tensão de seus desejos homossexuais, criminalizados na época em que escrevia. Fersen também fundou a primeira revista homossexual francesa, a Akademos. Tanto sua vida quanto seus escritos são permeados pelo espírito decadente fin-de-siècle e pelo esteticismo. Na vida real, Fersen foi processado por atentado à moral e aos bons costumes. Após o escândalo, suas condições financeiras o permitiram exilar-se em Capri, onde construiu a mítica Villa Lysis (que existe até hoje), uma espécie de concretização da sonhada “tebaida refinada” que o personagem Des Esseintes, do romance Às avessas, de J.-K. Huysmans, anunciou. Aos vinte e quatro anos, Fersen conheceu o belo jovem romano Nino Cesarini e propôs à família humilde do garoto que este partisse para Capri com ele e fosse seu secretário. Segundo os relatos da época, aliás, havia rixas entre homens e mulheres que disputavam entre si o amor de Nino. O Beijo de Narciso e vários poemas são dedicados ao amor de Fersen por Nino. Em virtude de seus traumas, completamente entregue ao ópio e incapaz de encarar a velhice, Fersen se suicida aos 42 anos, misturando numa taça uma dose de cocaína com champagne.

 

Detalhes do produto

  • Editora ‏ : ‎ Editora Ercolano; 1ª edição (26 outubro 2023)
  • Idioma ‏ : ‎ Português do Brasil
  • Capa dura ‏ : ‎ 144 páginas
  • ISBN-10 ‏ : ‎ 6599972527
  • ISBN-13 ‏ : ‎ 978-6599972522
  • Dimensões ‏ : ‎ 13 x 5 x 19 cm

O Beijo de Narciso - Jacques Fersen

SKU: 9786599972522
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