Em meio ao turbilhão de mudanças do mundo global, o racismo permanece intacto e culturalmente irresolúvel. A sua aparente universalização não deixa evidente que são diversos os seus modos de incidência nas diferentes regiões do mundo. O foco de O fascismo da cor é o racismo brasileiro pós-abolicionista, que Muniz Sodré faz coincidir com a emergência do fascismo europeu e com a vigência de uma “forma social escravista” nativa, em que status e brancura tomam o lugar das antigas formas de segregação. Com nova perspectiva dentro da luta antirracista, este é um livro de leitura incontornável.
Campo emocional, afeto e ponto de vida são categorias de que lançamos mão para trazer à luz a forma social escravista. Dessa ordem é a “racial democracia” brasileira, descontínua e qualitativamente diferente da discriminação na sociedade imperial-escravista, mas responsável pela dinâmica subjacente à exclusão social ou pelo sentido de senhorialidade anacrônica, baseada em aparências residuais do caos teórico da ideia de raça. Um fenômeno fuzzy, análogo ao fascismo, assim caracterizado por Umberto Eco – portanto, o fascismo da cor. A isso, opomos a ideia de outramento (existe no português de Fernando Pessoa/Bernardo Soares o verbo outrar-se), que significa, em vez da mera contemplação intelectual da diferença, a aceitação afetiva e existencial da copresença da alteridade.
Muniz Sodré é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisador (CNPq) e escritor, com dezenas de obras publicadas que versam sobre mídia e comunicação, cultura nacional, técnicas de texto jornalístico e ficção (novelas e contos), alguns dos quais traduzidos em italiano e espanhol. É professor-visitante e conferencista em várias universidades estrangeiras.
Detalhes do produto
- Editora : Editora Vozes
- 1ª edição (8 março 2023)
- Idioma : Português do Brasil
- Capa comum : 280 páginas
- ISBN-13 : 978-6557137994
- Dimensões : 13.7 x 1.9 x 21 cm
O fascismo da cor: Uma radiografia do racismo nacional - Muniz Sodré
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