Como Sherazade com o rei Schahriar, de certo modo contei histórias à morte para que esta me poupasse a vida a mim e às minhas imagens; histórias que pareciam não ter fim.
Num navio, uma mulher cai ao mar. À deriva, vê a vida inteira passar diante dos seus olhos e promete a Santa Rita, padroeira das causas impossíveis, escrever a sua história se sobreviver. Pessoas, lugares e lembranças afluem-lhe à memória, como destroços à tona da água, num oceano insondável e ameaçador, formando um poderoso dicionário de recordações. Publicada postumamente em 2011, A Promessa sofreu constantes reescritas desde os anos 60 e foi o labor dos últimos dias da autora, já atormentada pela doença.
Silvina Ocampo
Companheira de Adolfo Bioy Casares, íntima de Alejandra Pizarnik, cúmplice intelectual de Jorge Luis Borges, admirada por autores como Italo Calvino e Roberto Bolaño — nenhuma destas relações serve para compreender inteiramente o mistério de Silvina Ocampo (1903-1993), um dos tesouros mais bem guardados da literatura latino-americana do século XX. Rebelde das letras argentinas, Silvina Ocampo estudou belas-artes com Giorgio de Chirico e Fernand Léger, em Paris, mas é no regresso à Buenos Aires natal que encontra a sua voz — nos contos inaugurais de Viaje olvidado (1937), a que se seguiriam A Fúria e Outros Contos (1959) ou As Convidadas (1961), no romance La Promesa, publicado postumamente em 2010, e na Antologia da Literatura Fantástica (1940), que organizou com Borges e Casares. Poeta singular, mestre na arte de contar histórias, Silvina Ocampo «vê-nos como se fôssemos feitos de vidro, vê-nos e perdoa-nos» (Borges), narrando o teatro da humanidade com distanciamento e elegância — com notas de insólito, fantasia e terror.
- TÍTULO ORIGINAL La promesa
- TRADUÇÃO Helena Pitta
- NOTA PRELIMINAR Ernesto Montequin
- ILUSTRAÇÃO DE CAPA Mariana Malhão
- 1.ª EDIÇÃO 2023
- PÁGINAS 104
- FORMATO 13,5 x 21 cm
- ISBN 978-972-608-426-6
A Promessa - Silvina Ocampo
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